8:23 da manhã, 07 de abril, Escola Municipal Tasso da Silveira, Realengo, Zona Oeste, Rio de Janeiro, Brasil, Planeta Terra.
Como deve ser gritar o nome do filho (a) que não está mais entre nós?
Como deve ser chegar à escola e ver o corpo de seu filho (a) no chão?
Como deve ser chegar à escola, ver aquela multidão e não ter notícia de seu filho (a)?
Como deve ser chegar ao portão da escola e não poder entrar para abraçar seu filho (a)?
Alguém em desespero aos gritos diz: “estão todos mortos, estão todos mortos, todos estão mortos!!!! Meu Deus!!!”.
Para onde ir???? O que falar???? Em que pensar?????
Acabouuu, acabouuu... acabouuuu...
Uma mãe, desconsolada, clama: “Minha nossa Senhora, minha nossa Senhora...”.
Minha, que também é nossa, a Senhora...
A mãe invoca aquela que foi mãe, talvez por semelhança de dores, quem sabe.
É o grito da morte, da perda, do luto, do desencanto, do desalento, da solidão, da frieza, do adeus, da distância, do medo, da... da... da... Deixa pra lá.
É o grito que não se dá nome....
É a dor que transpassa a alma...
É choque, é crise, é síndrome...
E isso lá tem nome?
Aqueles que estão ao redor nem sei quem são. Do que me importa?
Quero meu (a) filho (a). Quero meu bebê. Quero meu menino, minha menina.
Quero que ele (a) volte pra mim, para o útero.
Quero dentro de mim novamente...
Esperarei mais nove meses, não tem problema algum...
Quero vê-lo (a) nascer novamente.
Quero amamentá-lo (a).
Quero ouvi-lo (a) chamar mamãe, papai pela primeira vez.
Quero ver seus primeiros passos.
Quero sentir sua mãozinha passando em meu rosto.
Porque fizeram isso com ele (a)?
Onde está Deus?
Porque Ele não fez nada para impedir?
Por favor, digam que é mentira, digam que estou sonhando...
Irei logo acordar...
Tudo isso não passa de um pesadelo.
Daqui a pouco meu bebê vai chegar em casa para o almoço.
Irei ouvir sua voz dizer: Mamãe abra a porta, cheguei!
E se ele não mais voltar pra casa?
Quantas noites irei ao seu quarto para vê-lo (a) dormir, e ele (a) não vai estar lá?
Vou parar por aqui amigos.
Alguém já disse:
Quando o esposo morre, a esposa recebe o nome de viúva.
Quando os pais morrem, os filhos recebem o nome de órfãos.
Mas quando morre um filho, não se encontra um nome para tal desgraça.
Karine Lorraine Chagas de Oliveira, 14 anos
Rafael Pereira da Silva, 14 anos
Milena dos Santos Nascimento, 14 anos
Mariana Rocha de Souza, 12 anos
Larissa dos Santos Atanázio, 13 anos
Bianca Rocha Tavares, 13 anos
Luiza Paula da Silveira Machado, 14 anos
Laryssa Silva Martins, 13 anos
Géssica Guedes Pereira 14 anos
Samira Pires Ribeiro, 13 anos
Ana Carolina Pacheco da Silva, 13 anos
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Silêncio...
Ildeilson Santos.