quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

De 1981 – 2010, somente agora sei quem são meus amigos!

Quero me reportar ao finalzinho de 2009, a exatamente um ano atrás, quando sentado debaixo de um pé de Juá-mirim refletia sobre como poderia ser 2010. Estava na tentativa de buscar novas experiências de vida, novos mecanismos para evoluir, para crescer na vida no sentido de realizações pessoais, ter um salário melhor, comprar um carro, construir uma casa, ter fama, estas coisas que quase todo mundo quer ter, principalmente no mundo marcado pelo capitalismo.
2010 chegou trazendo muita esperança, força de vontade, possibilidades de realização dos sonhos, tudo caminhando para dentro da normalidade. Mas, de repente, percebo que a vida tem suas implicações, que escolhemos caminhos que nos levam a descaminhos. Então, os sonhos, projetos e anseios vão ficando distantes e em alguns casos impossíveis... Assim é a vida. Você sabe o que te sucederá amanhã? Isso é, se o amanhã nascer.
2010 foi para mim, o ano que definiu algumas coisas importantes, talvez a mais importante de todas: o amor que as pessoas sentem por mim ou não, foi colocado à prova. Quando os nossos erros vêm à tona, o amor do outro passa pelo crivo da nossa dúvida. Será que ele(a) vai me amar assim, desse jeito, mesmo tendo feito isso? Como será a reação das pessoas, será que serei aceito por elas ou não? Tudo isso são questionamentos que fervilham dentro de nós como um vulcão já em erupção! E acreditem, estas larvas queimam de verdade.
2010 foi o ano das verdadeiras amizades...
2010 foi o ano do verdadeiro amor...
Alguém já disse que só se conhece um amigo de verdade no momento da dor! Pode até ser, mas no meu caso, passei a reconhecer meus amigos de verdade não somente na dor, mas principalmente no momento em que eles souberam das minhas faltas, dos meus erros, olharam para mim e disseram: venha comigo, eu te amo assim mesmo como és!
Claro, esses amigos não são muitos, e pasmem, nem deve ser!
Quando alguém sofre um acidente, logo uma multidão se aproxima para observar, ver se o acidentado já morreu, se teve fratura exposta, perceber se a massa cefálica está no chão ao lado do corpo, alguns querem até filmar para mostrar depois, colocar no youtube. Até que pessoas desconhecidas se aproximam somente para ajudar, são os paramédicos, enfermeiros, pessoas responsáveis pelos primeiros socorros, e estas pessoas não são muitas, uma equipe de no máximo 3. A multidão ao redor faz seus julgamentos: ele(a) estava em alta velocidade, ultrapassou o sinal vermelho, estava na contra-mão, ele(a) usa drogas, estava sem o cinto de segurança, estava todo errado, etc.
Porém, a equipe do resgate não se importa com as causas do acidente, nem com o acidente em si, eles querem mesmo é está perto do acidentado afim somente de salvar sua vida. Aqueles são os únicos amigos do acidentado... A multidão quer apenas ver o “tufo”, ou seja, a morte.
Hoje não tenho um salário melhor, não consegui comprar um carro, nem sei o que é fama, nada disso faz parte de meus sonhos e projetos para 2011. Hoje tenho certeza que conquistei um dos bens mais valiosos que um ser humano pode adquirir. AMIZADES VERDADEIRAS.
Quero de coração agradecer aos meus amigos, não irei citar seus nomes aqui, mas sei perfeitamente que ao lerem este texto logo seus corações gritarão por AMOR e palpitarão por MISERICORDIA de forma ainda mais intensa...
Vocês são meus anjos... (Co-Lo-Jo-Mo-Ya-Ja). Sozinho não é quem não tem ninguém; sozinho é quem não tem amigo.
Só tenho que agradecer pelo belo ano de 2010, onde de verdade descobrir quem são meus amigos.
Seus verdadeiros amigos só se manifestarão quando você precisar ser amado(a).
Quando tudo vai bem, muitos dão tapinhas nas costas e querem está perto de você, quando você precisa ser amado... (risos).
Agora sim, posso desejar a todos um FELIZ 2011.

Ildeilson Santos

domingo, 26 de dezembro de 2010

Pedaços do SER


Quando quebramos algo de valor, logo mensuramos o que foi investido: tempo, espaço, esforço, dedicação, sentimentos, sonhos, projetos, uma imensidão de tudo aquilo que precisou ser usado para de alguma forma construir o valor daquilo que  agora está quebrado.
Agarramo-nos ao valor do objeto, e não ao objeto de fato. Parece que amamos o valor estimado das coisas e não as coisas em si, assim se faz com as pessoas, somos capazes de amá-las pelo valor que as mesmas representam para nós, aquilo que elas têm a oferecer e não aquilo que elas são de fato. O que importa neste mundo de interesses é o valor, não a pessoa.
Eu sou assim, não falo dos outros, falo de mim mesmo. Da minha humanidade desumana, do meu jeito pessoal e impessoal de ser.
A tentativa de ser - humano deve passar pelo crivo da valorização do SER e não do ter. Mas isso é tão complexo, tão difícil, pois, assim que o outro nada mais tem a nos oferecer, logo partimos por uma busca desenfreada daquilo ou daquele que algo tem a nos ofertar.
Negociamos o amor, por isso amamos a quem nos ama. Isso é uma barganha. Perdoamos aqueles que “não pecam escandalosamente”, e depois dizemos que acreditamos no Cristo que morreu pelos nossos pecados. Será mesmo que cremos neste sacrifício pelos nossos pecados? Parece que o sacrifício do Cristo foi feito pelos acertos e não pelos erros. Por isso tenho que acertar sempre, caso contrário o sacrifício do Cristo não terá valor algum...
Mas, espere um pouco, sou um processo, sou e estou inacabado, sou como o rio no processo de vir a ser. A obra é contínua, vai acontecendo, meus erros, são possibilidades de um dia vir a ser de fato humano, humano mesmo no sentido mais próximo da literalidade desta palavra, humano mesmo como DEUS o é!
Quebrei sim! Quebrei muitas coisas em minha vida e na vida de outras pessoas, os caminhos que me levaram a esta “quebrança total”, são caminhos que espero ter conhecido a tal ponto de não precisar mais caminhar por eles, estou sendo e acontecendo na caminhada.
Não quero ser escravo dos meus erros, das minhas falhas, daquilo que quebrei, ou seja, não quero dá valor aos meus erros no sentindo de carregá-los comigo e viver atrofiado, preciso ser capaz da ressignificação para a contemplação do sagrado que me faz ver no outro a imagem do Cristo e ao mesmo tempo minha imagem.
Quero ser capaz de abrir meu coração de tal forma que você adentre nele por completo, do jeito que és, com seus erros e acertos. E se assim for, serei parecido com o Cristo, coisa que ainda estou longe, porém na ânsia da aproximação.

Quero ser alguém assim, com minha vida correndo sangue, não quero ser alguém que não chora... Que não sente... Não quero ter respostas certas pra tudo, ou melhor, não quero ter as respostas, prefiro buscá-las junto com você... Não quero ser incapaz de errar, quero ser capaz de reconhecer meus erros e dizer: Perdoe-me!
Quero apenas ser gente, e lutar para não fazer mais ninguém sofrer!!!
Quero valorizar não o ter, mas o SER!

Ildeilson Santos

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Por que ninguém se importa comigo?

Primeiro levaram os negros
Mas não me importei com isso
Eu não era negro

Em seguida levaram alguns operários
Mas não me importei com isso
Eu também não era operário

Depois prenderam os miseráveis
Mas não me importei com isso
Porque eu não sou miserável

Depois agarraram uns desempregados
Mas como tenho meu emprego
Também não me importei

Agora estão me levando
Mas já é tarde.
Como eu não me importei com ninguém
Ninguém se importa comigo.


Bertold Brecht



O que vai ser?

E assim,
Muitos vão seguindo seu caminho..
Não se importando com o outro,
Sempre acreditando que nunca vai precisar de alguém.
Mas um dia... Um dia... 
Onde a vida dá uma volta e se volta para voltar,
Neste dia,
Você pode precisar de alguém,
Que se importe contigo também.
E aí?...

Ildeilson Santos

domingo, 14 de novembro de 2010

O pastor ferido, o pastor sacerdote e o pastor amigo!


Certo dia, um homem muito intelectual portador de vários diplomas, um Phd, encontrou com certo rabino que não consigo  lembrar o nome, mas o boato acerca de tal rabino era que ele conhecia muito bem o caminho da graça, do perdão e do amor. Conversar com ele era como ouvir palavras inaudíveis, perceber atitudes surpreendentes, ver aquilo que os olhos jamais contemplaram.
Este rabino, que não lembro o nome, viveu aqui pouco mais de trinta anos. Ele fez alguns discípulos e dizem até que ressuscitou mortos, curou enfermos, expeliu demônios, fez coisas inacreditáveis.
Não é de se admirar que um homem com tamanho poder seria capaz de fazer discípulos. Conta-se a história que milhares de pessoas aderiram ao projeto de discipulado ensinado pelo rabino. E, até os dias de hoje, milhares de pessoas vivem na expectativa de vivenciar este discipulado.

O homem muito bem instruído, Phd em uma área que também desconheço, fez uma pergunta um tanto capciosa ao tão magnífico rabino.
A pergunta foi: Como ser um bom pastor?

O Rabino logo se voltou para o Phd, admirado por tal pergunta e propôs uma parábola.

Certo dia, um pastor estava a cuidar de suas ovelhas, como fazia corriqueiramente, em busca de água, pastos verdejantes e campos repletos de tudo o que as mesmas precisavam para sobreviver. Ele as conduzia as águas tranqüilas em busca sempre de paz e refrigério.
Mas, como todo pastor, ele corria os riscos sempre evidentes do vale da sombra e da morte. Vale este, que está localizado logo à frente, um pouco mais adiante, onde todo pastor e suas ovelhas hão de passar. Será inevitável, não existe um atalho, não se pode mudar a rota, é um único caminho. É o caminho da vida!
É a vida e seus emaranhados, suas implicações, suas reviravoltas, astúcias, engrenagens, sutilezas... Esta é a vida, que só pode ser vivida uma única vez. A oportunidade está diante de ti, de viver com intensidade e ser feliz. É sempre bom lembrar que esta vida é breve, passa muito rápido e se não for aproveitada, quando chegar ao final, só restará cantar Epitáfio: “Devia ter amado mais, ter chorado mais, ter visto o sol nascer, devia ter arriscado mais, e até errado mais, ter feito o que eu queria fazer... Queria ter aceitado, a vida como ela é, a cada um cabe alegrias, e a tristeza que vier...

O que de fato aconteceu foi que, ao passar pelo caminho da vida, no vale da sombra e da morte, que é um local, muito arriscado, ladeirado, uma estrada bem estreita e íngreme, cheias de curvas, este pastor, na labuta por suas ovelhas, por algum motivo se descuidou e escorregou caindo no despenhadeiro. Por milagre, conseguiu, com seu cajado pastoral, se agarrar em alguns ramos e ficou pendurado.
Ali estava um pastor ferido. Suas ovelhas, sem muito entender, ficaram abismadas, confusas, querendo salvar seu pastor querido, mas as mesmas não obtêm dos recursos necessários para ajudá-lo. Elas choravam, gritavam por socorro: “não podemos perder o nosso pastor, mas não sabemos como salvá-lo”. Elas bem que se esforçaram, mas o trabalho foi inútil! A cada momento que passava o pastor ferido se distanciava um pouco mais de suas ovelhas... Os ramos que prendiam o cajado estavam cada vez mais frágeis e, aos poucos, se soltavam do chão, não restando muito tempo ao pastor ferido. O abismo o esperava, o vale seria realmente sombrio e mortífero.

Mas, naquele instante, um pastor de grande eloqüência, um exímio pregador, um sacerdote de fato, estava a passar pelo mesmo caminho. As ovelhas se alegram, pois perceberam pelas vestes e pelo fato dele está com uma Bíblia em mãos, que aquele homem era um pastor. Logo, elas se agitaram e fizeram de tudo para chamar-lhe sua atenção, pedindo ajuda. Porém, o pastor sacerdote tinha suas obrigações com a instituição. Ele não podia parar. Iria se atrasar... Já estava no horário do culto, centenas de pessoas estavam a sua espera e, naquele dia, ele havia preparado o mais empolgante sermão de sua vida. Ele até parou, segurou na aba do seu terno italiano Dolce & Gabbana, consertou o nó de sua gravata importada Nina Ricci, percebeu que o seu sapato mocassim estava empoeirado precisando de um lustre antes mesmo de chegar à igreja, afinal de contas, aquela era um noite muito especial, pois o culto tinha como tema central a crucificação e ressurreição de Jesus Cristo. Ao se inclinar, viu o pastor ferido, mas não quis se comprometer. Aquele pastor ferido poderia lhe trazer prejuízos, atrasos, as pessoas poderiam falar mal do pastor ferido e se ele o ajudasse, também poderia ser alvo das críticas. Enfim, o pastor sacerdote preferiu não se envolver, escolheu ser imparcial, optou passar de largo, seguir seu caminho e esquecer que na caminhada da vida, um dia ele deparou-se com um pastor ferido caído à beira do caminho.
As ovelhas revoltadas não entendiam o porquê da indiferença, o que o impedia de estender o seu cajado, a sua Bíblia para ajudar o pastor ferido? Assim, se foi o pastor sacerdote, em busca de cumprir suas obrigações religiosas e “salvar” mais algumas almas para encher sua igreja de fiéis e acrescentar a entrada de dízimos no final do mês.
Desespero, angústia, dor e morte, afinal de contas, aquele era o vale da sombra e da morte. Não havia mais esperanças, as ovelhas não queriam sair de perto do seu pastor que aos poucos escorregava, não tendo mais forças para continuar segurando o seu cajado. Era como ver a morte chegando aos poucos: ele agonizava, chorava, lamentava, mas nada as ovelhas podiam fazer. É o fim! Sim o fim chegou! O vale é o caminho que aponta para a morte!

Algumas ovelhas já desistiam, outras não suportavam ouvir os gemidos do seu pastor ferido. O sentimento de impotência fazia com que as ovelhas se dispersassem sem destino e sem direção... Quando o pastor é ferido as ovelhas ficam perdidas, a mercê dos ataques de predadores, feras e falsos pastores.

Lágrimas são as expressões mais autênticas do desencanto.

Porém, “quero trazer à memória aquilo que me dá esperança”.  (Lamentações 3:21)

Quando nada mais poderia ser feito, ver-se à distância alguém se aproximando. As ovelhas se alegram, acreditam que outro pastor está vindo e passará pelo caminho. Mas, ao se aproximar, o desânimo toma conta das ovelhas, pois o homem não tem aspecto de pastor. Ele não carrega uma Bíblia, mas sim uma prancha de surf; ele não está de terno e gravata importada, está de short; não está usando sapato mocassim, está descalço, pés na areia. Se um pastor oficial do sacerdócio não se importou com o seu “amigo” ferido, imagine só, se um homem com aspecto diferente dará a mínima atenção?
Realmente, aquele homem não tinha aspecto de pastor sacerdote, mas para surpresa de todos, ele era um discípulo de Jesus. Aprendeu com os ensinamentos do Cristo, a cuidar, respeitar, proteger, integrar, amar e jamais abandonar alguém na caminhada da vida, principalmente, se este alguém estiver no vale da sombra e da morte.
Este discípulo se recusa a ser chamado de pastor sacerdote, pois não compreende o ministério pastoral como meio de sobrevivência e sim como fonte de vida e graça, inclina sua prancha de surf para que o pastor ferido segure e seja trazido de volta à vida. Ele se envolve com o pastor ferido, não querendo saber quais as causas das feridas, quer apenas curar suas chagas e oferece afeto, atenção e amor. Este discípulo pode ser aqui chamado de pastor amigo!
Este pastor amigo, não se importa com falácias e possíveis críticas que podem ser feitas ao pastor ferido e que, por conseqüência, poderiam lhe atingir também. Ele se envolve com a vida, gera vida, protege a vida e possibilita ao pastor ferido, ser curado, restaurado e renovado, para que o mesmo prossiga na caminhada da vida, com mais cuidado e tendo em seu coração, a certeza de jamais deixar alguém caído à beira do caminho.
O rabino então conclui a parábola fazendo a seguinte pergunta ao Phd: Para você, qual dos dois pastores foi um bom pastor, o pastor sacerdote ou o pastor amigo?

O Phd responde: O pastor amigo!

O rabino então conclui: Você realmente é muito inteligente! Vá e haja sempre desta maneira!! Nunca, jamais, em hipótese alguma, deixe alguém caído à beira do caminho!
A proposta do Reino de Deus é justamente esta: está ao lado daqueles que, por algum ou qualquer motivo, foram esquecidos, desprezados, rejeitados a beira do caminho da vida.

Agora eu quero lhes perguntar: O seu pastor é sacerdote ou amigo?

Ildeilson Santos.

terça-feira, 2 de novembro de 2010

A volta de Jesus...

Jesus voltou em uma viagem que fiz!
Recentemente fui extremamente abençoado por alguns irmãos da SIBV (Segunda Igreja Batista na Cidade de Valença), com uma viagem que há certo tempo fazia parte dos meus sonhos. (Conhecer várias cidades de Minas Gerais, principalmente as históricas, como: Ouro Preto, Congonhas, São João Del Rei, Caeté, Tiradentes, Lavras, Poços de Caldas e outras).
Estes lugares que excedem a uma beleza exuberante e um contexto histórico que nos permitem realmente uma viagem pelo túnel do tempo, nos aproximando de nossos antepassados, ampliando consideravelmente a visão cultural, social e espiritual, foi simplesmente fantástico, apoteótico. Aproveitando a oportunidade, resolvemos estender um pouco mais a viagem em direção a Cidade Maravilhosa (Rio de Janeiro), somente hoje entendo porque – CIDADE MARAVILHOSA, (claro! passamos apenas pelos pontos turísticos e mais badalados da cidade que já estão sendo reformados e preparados para a Copa do Mundo de 2014), e acabamos por findar nosso tour em Rio das Ostras, Búzios, Capo Frio e Arraial do Cabo. Pra quem já conhece estas cidades, sabe do que estou falando, para aqueles que não as conhece, fico triste por não conseguir encontrar palavras que descrevam tamanha beleza e manifestação do amor de Deus.
Você pode estar perguntando o que esta viagem tem a ver com o tema deste texto? A VOLTA DE JESUS...
Por instantes caí no pecado de pensar que estava no paraíso, caí no pecado de não me lembrar dos milhares de meus irmãos que são impossibilitados de conhecer tantas maravilhas, cheguei a acreditar que Deus de fato é brasileiro, que nada mais existia além do belo que estava diante dos meus olhos. Jesus voltou naquele momento e ali estava eu, despercebido, não estava vigiando, Ele veio como ladrão, e me pegou despercebido – (Mt 24.42-44).
O propósito principal da viagem foi um congresso profético de cunho escatológico, que abordou questões acerca da volta de Jesus, o arrebatamento da igreja, colocações neste sentindo. Oradores bem instrumentalizados no tema deixaram o encontro ainda mais dinâmico e inteligente. Pessoas de diversas cidades do Brasil e algumas pessoas do exterior acrescentaram um brilho interessante ao evento, que não deixou nada a desejar quando o assunto é luxo e boa comodidade.
Foram quatro dias de congresso, palestras e louvores que apontavam para a volta de Jesus, para sua iminente descida do céu, sua repulsa ao Estado Norte Americano e aos inimigos de Israel. Uma verdadeira torcida para que Jesus voltasse a fim de exterminar, eliminar, fazer desaparecer do mapa países que se declaram inimigos de Israel. Fiquei embasbacado com o sentimento “cristão” de horror e morte frente aos inimigos. “Esperança Renovada foi o tema norteou todo o congresso”.
Não quero parecer critico ou cético, muito menos alguém decepcionado com a igreja institucionalizada. Mas preciso fazer algumas ponderações que acredito ser interessante para algumas pessoas que acreditam como eu na volta de Jesus.
Existem diversos perigos em torno dos mais místicos quando o assunto é a volta de Jesus. Ouço sempre e me arrepio quando alguém quer de alguma forma associar acontecimentos catastróficos, como guerras entre alguns países, principalmente do oriente médio, e da mãe natureza revoltada com as constantes agressões causadas pelo homem. Para alguns mais radicais estes acontecimentos são os prenúncios da volta de Jesus. Associações e interpretações perigosas que causam assombro, e no meu ponto de vista, tiram assim o verdadeiro foco da mensagem escatológica de Jesus e dos evangelhos.
Não temos dúvida de que Jesus Cristo nosso Senhor, já tem voltado todos os dias para milhares de cristãos e não cristãos no mundo todo. Se a volta de Jesus não for diária, o evangelho não teria sentido. Jesus volta sempre que alguém divide o pão de cada dia, sempre que alguém compreende a mensagem de amor e graça que faz da pessoa um ser humano de fato. Existem aqueles que usam, muitas vezes, Israel como a bússola, como a cartilha, como o caminho que indica a volta de Jesus. Esquecendo que a bússola, a cartilha o caminho são os milhares de milhares de esfomeados, rejeitados, abandonados, encrausulados, oprimidos, humilhados e injustiçados que estão ao nosso lado diuturnamente. Para estes sinais fechamos os olhos, viramos as costas.
Não assumimos nosso papel diante a iminente volta de Jesus. Sim, ele vem, creio nisso piamente, por isso também sou chamado cristão, por crer, e ser discípulo. Discípulo é aquele que segue e que faz igual ou parecido. Jesus disse: “Eu sou o caminho a verdade e a vida” - (João 14.6). Ele é o caminho que nos leva em direção ao outro, ao pobre, ao desprovido de amor, graça e misericórdia, é o caminho que nos leva ao encontro de todos que sofrem com as injustiças, não somente aquelas causadas pelo governo, mas também pela Igreja. Ele é a verdade que alumia os caminhos mentirosos da morte, que revela o escondido nos corações traiçoeiros. Ele é a vida que emana da misericórdia e que projeta o ser humano para dentro, ou seja, para o centro do Reino de Deus.
Quando Cristo voltar, ele devolverá o reino a Deus. "Cada um, porém, por sua própria ordem: Cristo, as primícias; depois, os que são de Cristo, na sua vinda. E, então, virá o fim, quando ele entregar o reino ao Deus e Pai, quando houver destruído todo principado, bem como toda potestade e poder. Porque convém que ele reine até que haja posto todos os inimigos debaixo dos seus pés. O último inimigo a ser destruído é a morte" (1 Coríntios 15:23-26). Cristo está reinando agora. Ele reinará até que o último inimigo seja destruído. Então ele devolverá o reino ao seu Pai. O projeto do Pai é dividir seu Reino entre os pobres, aqueles que são como crianças, ou seja, desprotegidos e abandonados em muitos casos.
Jesus é a vida, e seu maior inimigo é a morte.
Morte é uma agressão a vida... Quem não se importa com a volta diária de Jesus e deixa seu irmão caído à beira do caminho está ao lado da morte, é cúmplice dela, estes já estão mortos são inimigos de Jesus, por conta disso, sua morada é fora do Reino, pois Jesus voltou e eles estavam despercebidos...
Jesus voltou agora!                                                 
Deus nos abençoe.

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

O ser humano

Ser o que? Humano!? Quais são os sentidos da humanidade?
Alguns atribuem a humanidade ao pecado, ou seja, natureza pecaminosa.
Outros a dignificam, dizendo que ser humano é um estado de ser alguém no mundo que realmente é digno dele.
Alguém já disse que a espécie humana é fraca, desequilibrada, e que precisa sempre de algo para se auto-afirmar.
São tantas as tentativas de definir esse ser totalmente ontológico! (redundante sim, foi de propósito).
Confesso que em algumas circunstâncias já tentei pensar sobre o assunto, mas logo percebi que ele é de imensa complexidade então desistir. Pois este ser humano é dotado de sentimentos, emoções, desejos que em vários momentos são desconhecidos para ele mesmo. Este ser a procura de si ou do autoconhecimento, se desconstrói, reconstrói, arruma, desarruma, enfim, este é o ser humano, um ser que não pode sê definido, está sempre em anamnese. Pois isto é próprio do seu ser.
Então o que dizer dos seus sentimentos. Falar dos sentimentos não é tarefa fácil. Primeiro cada ser tem seus sentimentos, embora pareçam universais, tenho provas evidentes de que não são. Eles são de mel, de fel, de pão, de cão, de açúca, de sabão, de água, de fogo, e às vezes é como a morte, apenas uma passagem, apenas um momento que se eterniza.
Como gostaria de dar ordens aos meus sentimentos neste momento, dizer a eles: parém ou prossigam, não sejam assim, me obedeçam sou seu dono. Coitadinho de mim, não sou dono nem de mim mesmo, imagine dos meus sentimentos. Eles se revoltaram contra meus anseios, causam-me assombro, perplexidade, mas eu os amo, eu quero que eles sejam livres com uma única condição: sejam capazes de ir em busca de outros sentimentos que se assemelhem a eles, caso contrário, seria melhor a morte.
Um dia em um desses momentos que provei as profundezas da minha humanidade, percebi realmente que ser humano é gostoso demais. Um sentimento que atende por nome de culpa! Veio afrontar-me, vestido de toda sua glória e resplendor, na tentativa de intimidar-me, acorrentar-me nas mais profundas cavernas da angustia que na minha concepção é o inferno. Este sentimento se impôs, usou toda sua audácia, furor, ele acreditava que me venceria assim tão fácil. Mas esse sentimento havia esquecido que eu estava vivendo o mais profundo ser da experiência humana, digamos que aquele era o momento do ápice, do orgasmo da humanidade, nada podia me deter, nada iria atrapalhar aquela experiência que era proveniente do êxtase. Logo disse ao sentimento de culpa: Não tenho medo de você, acuse-me, afronte-me, e verás o quanto sou humano, o quanto sou capaz de reconhecer que és um derrotado, não preciso mais de você para penitenciar-me, agora sou livre, posso voar, posso subir e descer montanhas quando bem quiser. Você não pode me deter, sou um ser humano e reconheço isso.
Enquanto viver gozarei da humanidade que a mim foi confiada pelas mãos daquele que um dia também se fez ser humano. Então diga-me: O que dizer sobre isso? Um Deus que se fez humano.
Nos meus próximos pensamentos acredito, digitar ínfimas palavras em direção a este argumento.
Sentimento de culpa, quero me despedir de você como um bom cavalheiro, não precisa mais voltar, não preciso mais de você.
Leve um abraço meu!

Ildeilson Santos!
O vento...
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