Foi como um tino Maria!
Truvuada, cada relampeju cortando o arto do céu.
Minino corre pra butar camisa.
Cobre o espelho.
Empurra a porta e roda a tramela.
Nessa época, agente num brinca com nosso Senhor não!
Lá é assim.
Só uma ispiada pra vê que vai chuver.
Chapéu na mão, olho no céu, sorriso é gratidão!
A terra ta pronta, passou a enxada.
Agora as graças é pra São Pedro.
A chuva é vida e esperança.
Garantia do pão e fartura!
Mas não pode ser um bucado não.
E se for, tem nada não!
Caí no riachu e deságua no rio que vai dá num mar.
A chuva aqui lava a terra e leva os garranchos.
Pode até fazer valeta, mas prejuízo num dá não!
Mas é, é, é... Diferente Maria!
É diferente.
Chuva na roça é diferente.
Não é iguá a chuva da cidade não!
Lá na roça a chuva molha a terra.
Na cidade molha o asfarto!
Chuva na roça, riachu desce o rio.
Na cidade tem pra onde ir não!
Chuva na roça cheiro de terra molhada.
Chuva na cidade cheiro de morte e lamúria...
Lá na roça quando vem a chuva o homem da gaitada.
Na cidade quando vem a chuva o homem chora.
Tem medo, querem ir embora...
Ir embora pra onde Zé?
- Só Deus sabe Maria!
Quer vortar pra roça, pra sentir cheiro da terra molhada.
Mas num dá mais pra vortar.
Agora tem que incarar.
Por que homem que é homem, é homem até num mar.
Ildeilson Santos
Dey, que maravilha. Quanta sensibilidade e crítica amigo!
ResponderExcluirSaudades!
Que legal, agora consegui de maneira mágica viajar na minha infância, consegui recordar a fala da minha avó, a exortação da minha mãe para tirar o vestido vermelho, para cobrir o espelho, do meu pai e meus tios agradecendo pela chuva que ainda estava por vir... Muito boa esta sensação. Mas também me recordei do sofrimento das pessoas que em poucos instantes perdem tudo que construiu... E mesmo assim com muita dor ainda conseguem expressar o alivio por continuarem com vida... Essa diferença de sensações sentidas no cair da chuva está relacionada à ação do homem sobre a natureza... Hummmmmmm!!!!! Acho que esqueceram de pensar nas conseqüências!
ResponderExcluirAs diferentes sensações sentidas no cair da chuva, vem apenas intensificar a mistica do ser, e as constantes transformações da humanidade...
ResponderExcluirE este ser humano continua em busca de alguma coisa que acredito nem ele mesmo saber o que é!
Áaahhh a diversidade da vida...! O que é motivo de celebração e gratidão aqui, é fonte de tristeza e desespero lá; e assim a vida se movimenta com nossos lutos, lagrimas e frestas de esperança, pois é como já ouvi Dja dizer: “A esperança é a ultima que morre, mas quando morre mata o homem”.
ResponderExcluirParabéns meu Pr... é um orgulho ser seu parceiro!!! Xero!
Ei meu Pr Léo, eu ouvia falar de Deus, mas hoje depois da graça de nossa parceria tenho visto Deus através de vc!
ResponderExcluirSabes muito bem do que tô falando.
Muito obrigado;
Um xero!
Ideilson é vc, née?Hehe^^
ResponderExcluirPois bem, adoro o cheiro de renovação que vem do cheiro de terra molhada, ele me traz uma esperança, me traz uma vontade de renovar, de acender...Mto obrigada por suas colocações lá no blog sr. vento! Gostaria de saber como se faz para chegar a São Saruê...
Um abração!!
Perfeitas elocubraçoes, aki!^^
Dey... muito boa tua poesia da vida!! Muito boa tua crítica!! Instigante e sensível!!
ResponderExcluirChove chuva!! Chove sem parar... Chove e leva tudo que não aguenta ficar!!! Chove e traz renovo pra quem fica... Cheiro de terra molhada... de vida!! De novo, de tudo novo, de ano novo!!!
Gostei muito desse post!! Parabéns!!
Olá Aníssima, seja muito bem vinda! Seu blog é show de bola!
ResponderExcluirSão Saruê é logo ali mais adiante...
Só se chega lá não desistindo nunca da caminhada.
Caminhando, cantando e sorrindo serão sempre os caminhos menos sinuosos.
Lá o céu é de açúcar, as montanhas de mel, as pedras são de rapadura e os rios são de leite.
Ah! Só se chaga lá de mãos dadas, ninguém consegue entrar na cidade sozinho.
As únicas proibições em São Saruê São: solidão, egoísmo, isolamento, exclusivismo e sentimentos ou atitudes neste sentido.
Porque em São Saruê o Pão é nosso!
Vamos pra São Saruê?
Um xero.
Netinha, sua presença é sempre marcante neste espaço.
ResponderExcluirAdorei seu post sobre o novo ano, a esta altura do campeonato (risos). Muito bom mesmo!
"Cheiro de terra molhada... de vida!! De novo, de tudo novo, de ano novo!!!"
Tudo novo a cada momento, assim teremos sempre a expectativa da novidade com animo novo pra sentir sempre o cheiro de terra molhada!
É bom demais!!!
Um xêro!
Oi Dey!!
ResponderExcluirQue lindo...
Parei no tempo lembrando dos versos e contos que meu Pai fazia, e fiquei emocionada.Sonhei acordada
e vi que em nossa vida temos que fazer com que, cada momento seja uma vivência mágica.Obrigado por ter me proporcionado este momento de lembranças e de sonhos.
Bjos amigo
Mcaldas, seja bem vinda a este espaço. Sua presença arrancou-me um belo sorriso.
ResponderExcluirEspero te ver aqui mais vezes.
Oxalá este seja sempre um espaço de boas recordações e esperanças.
Muito bom mesmo!
ResponderExcluirSe permitir, usarei esse texto em minhas aulas!!Vc e Léo sempre surpreendendo, hein?!
Loira Daí, permissão concedida.
ResponderExcluirSem pestanejar, rsrsrsrs
To todo empolgado aqui viu!
Abraços!
Dey,
ResponderExcluiro começinho desse texto me fez lembrar da minha vô Rosa(ai q saudade!) quando começava a trovejar ela cobria espelho, desligava td, ninguem conversava, comia, ou mexia em nada até a trovoada passar! Até hj mainha faz isso... rs!
O texto é realmente lindo, e nos mostra como uma simples situação faz com que as pessoas tenham diferentes reações. Enquanto uns agradeçem outros só reclamam, e muitas vezes somos nós quem temos essas atitudes, ao invés de agradecer so reclamamos!!
Bjos meu amigo
Amigo, que saudades! Vc sempre tão preciso em sua imprecisão!!abraço
ResponderExcluirFátima Lago