quinta-feira, 11 de outubro de 2012

De verdade?



Minhas verdades são resultados das odisseias.
São verdades particulares, em oscilações constantes, variações diversas.
Verdades não instituídas como verdades.
Apenas possibilidades de outras possibilidades.
Não comungo das verdades incondicionais, elas são frágeis.
Verdades precisam ser questionadas e negadas,
Só assim serão de verdade.
A minha verdade não é a sua.
Verdades se quer falam a verdade.
Ver-da-des: são ver dados!
Nem todos dados são de verdade.
Vejo na verdade a verdade de não ver a verdade.
E ai entendeu?
- Não!!!
De verdade?

Ildeilson Santos

terça-feira, 9 de outubro de 2012

Aprender com os erros


Nos encontros e desencontros da vida, deparamos em algumas ocasiões com situações inoportunas que abalam a existência. Minha área de atuação profissional como também a vocacional levam-me a lugares desprovidos de alegria, esperança, ambientes áridos... Sem vida, sem graça, sem dignidade, sem sorriso, sem alma... Vazios, rasos, feios, sórdidos...
Deparei-me com uma pessoa exaurida em saúde. Isso é normal, mas normal não era a postura desta pessoa diante da vida. Dizia ela: “Já me condeno tanto pelos erros que na vida eu cometi, pelas vezes que não soube decidir”.
Estas palavras tinham vida e morte ao mesmo tempo. Vida, pois estava ali e era bem audível; morte, porque causava dor, angústia e espanto. Suas palavras apontavam seus erros. A cada erro lembrado em suas palavras, exauria ainda mais sua situação. A incapacidade de perdoar a si mesmo matava aquele homem em seu próprio erro, como se seus erros o levasse direto à pena de morte.
Razoavelmente lembrei-me do grande pedagogo baiano Cipriano Luckesi, que ensaia sobre a “Construção da Aprendizagem a partir do erro”. O mesmo defende que “o erro não é fonte de castigo, mas suporte para o crescimento”. O erro é importante na construção da virtude. Precisamos fazer do erro um lugar de aprendizado, não um lugar de derrota ou morte.
Não se condene tanto, você é humano. Não é raro na vida nos autocondenarmos. Esta atitude não pode encontrar espaço na vida daqueles que compreendem a humanidade da existência. Não devemos nos culpar pelos erros cometidos, mas buscar possibilidades de mudanças para sermos melhores mesmo através dos erros.
Jesus sempre apregoou a misericórdia, todas as vezes que ele operava um milagre na vida de alguém, a virtude do milagre estava na capacidade da reinterpretação do ser humano, geralmente eram pessoas que estavam inseridas num contexto de miséria, angústia e dor. Eram vidas que deram errado. Historia que não valeram a pena. Pessoas que erraram e erraram feio. Os erros não podem nos atrofiar, pelo contrário, nossos erros precisam ser oportunidades de aprendizagem, e a partir daí, seremos pessoas melhores.

Ildeilson Santos

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

A minha felicidade e o outro



A busca pela felicidade é uma constante na vida do ser humano.
Sim, todos nós ambicionamos ser felizes.
Mas onde e como encontrar a felicidade?
A indagação exige reflexão.

Há poucos instantes ouvir alguém dizer que sua felicidade é o seu amado!
Achei um delito desumano para ambos. Quando deposito a responsabilidade de minha felicidade sobre o outro, acabo me privando de ser feliz. O outro pode me ajudar nos labirintos em busca da felicidade, mas não pode ser o motivo nem o centro dela. O outro não tem a responsabilidade de me fazer feliz. Imagine só que cedo ou tarde o outro deixe de existir, então deixarei de ser feliz?
A felicidade antes de qualquer coisa precisa ser uma decisão pessoal.

Não podemos cair na tentação de acreditar que seremos felizes para sempre. A vida está posta diante de todos nós de forma dialética apresentando situações e fatos que evidenciam o avesso, mas nem por isso, devemos deixar de acreditar na felicidade. A felicidade está atrelada ao horizonte das possibilidades e dos limites.

Nós somos os administradores legais pelo processo da nossa felicidade. É bem verdade que as pessoas que estão ao nosso lado são importantes nessa arte, são sinalizadores, assessores e parceiros. A felicidade não advém dos arcabouços da solidão, mas sim, do seio da cumplicidade, da graça, da bondade e da serenidade que não acontece no isolamento execrável, mas no ato de dar as mãos e caminharmos em direção das possibilidades e também nos encontros dos limites.

Quando eu não estiver feliz, o outro será aquele que se colocará do meu lado e me mostrará que a felicidade é uma possibilidade cercada de limites. Assim sendo, daremos as mãos e caminharemos sorrindo ou não, em busca da tão desejada felicidade.

Ildeilson Santos

Sou do sertão




Chão seco.
Terra dura.
Solo rachado.
Feito coalhada.
Nuvens ralas.
Céu azul.
Esperança a galope.
Coração medonho.
Mãos calejadas.
Suor...
Pele ardida.
Insolação.
Chapéu de couro.
Alforge e emoção.
Minha crença é minha direção.
Devoção.
Sou do sertão.
Não desisto não!

Ildeilson Santos
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