quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

E a vida passou



Passou, passou e passou...
Em conversa com meu tio de quase 80 anos de idade, ele disse algo que tem me importunado.
“A vida é breve meu filho. Faça-me um favor: Aproveite sua vida e não tenha medo de tentar ser feliz.”
O poeta português Miguel Torga disse: “cada dia deixamos um pedaço de nós próprios pelo caminho.”
Nós passamos rapidamente, nossos dias são ligeiros, são tão ligeiros que a Bíblia diz que somos como um conto breve, uma historieta.
Você já foi dormir muito cansado? Quando abre os olhos, nem acredita que já é de manhã. Assim é a vida.
Passamos os 10 primeiros anos da vida sem saber de onde viemos.
Passamos os outros 10 anos sem saber para onde vamos, então já estamos com 20 anos.
Passamos os outro 10 anos tentando descobrir onde estamos e o que fazemos da vida, então completamos 30 anos.
Passamos os outros 10 anos pensando como foi que chegamos aonde chegamos e porque é que chegamos aonde chegamos, já estamos com 40 anos.
Gastamos os outros 10 anos nos preparando para o que vem pela frente, que segundo meu tio é barra pesada, ai já estamos com 50 anos.
Gastamos mais 10 anos agüentando as conseqüências de um monte de imprudências que cometemos na vida passada e já estamos com 60 anos.
Gastamos mais 10 anos nós preparando para fecharmos a conta, daí chegamos nos 70 anos.
E por fim, gastamos os últimos 10 anos pensando como foi que tudo passou tão depressa, ai já são 80 anos.
Passamos, passamos, passamos e então passamos...
“A vida é breve meu filho”. Ao usar esta expressão sentir que no fundo meu tio queria me dizer: “Não aproveitei este curto período de tempo que denominamos vida. Se eu pudesse viver minha vida novamente faria tudo diferente.”
Sérgio Brito escreveu uma música que é cantada pela banda dos Titãs. Onde ele faz uma breve reflexão de como nós deveríamos nos comportar diante da vida. Segundo Sérgio Brito deveríamos dá vazão aos nossos corações AMANDO MAIS, DEVERIAMOS VALORIZAR MAIS AS COISAS SIMPLES.
Devia ter amado mais
Ter chorado mais
Ter visto o sol nascer
Devia ter arriscado mais e até errado mais
Ter feito o que eu queria fazer
Queria ter aceitado as pessoas como elas são
Cada um sabe a alegria e a dor que traz no coração

Devia ter complicado menos, trabalhado menos
Ter visto o sol se pôr
Devia ter me importado menos com problemas pequenos
Ter morrido de amor
Queria ter aceitado a vida como ela é
A cada um cabe alegrias e a tristeza que vier


Não jogue sua vida fora...
Aproveite o máximo...
Seja feliz, ou pelo menos tente...
Não vale apena brigar por questões que não projetam vida...

Deve ser horrível chegar ao final da vida e ter que cantar: Epitáfio.
Eu devia ter...
Eu devia ter...

Ildeilson Santos

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Calçados “Pet” – Apoio dos governos: Federal, Estadual e Municipal. Brasil um país de todos.

O que vês?
A cor da pele?
A pet?
Ou os pés?
Não consegue ver nada além?
Além dos olhos... O medo!
Além da face... A tristeza!
Além do estômago... A fome!
Além do corpo... A alma!
Além do coração... Um barulho que vem de dentro!
Além do corpo... A dor!
Além dos seus direitos... A violação!
Além do político... A mentira!
Além das urnas... Nosso título de eleitor!
Além de mim... O outro!
Além do caminho... O Cansaço!
Mas tudo é tão incerto...
Fizeram promessas de que tudo mudaria...
Saúde, Educação, Emprego, Moradia e Segurança!
Até uma tal de Constituição Federal é quem me garante...
Direitos do cidadão, dever do Estado...
Ou dever do Estado, direitos do Cidadão...
Qual a ordem?
Sei lá!
Só sei que ele não quer desistir...
Por isso usa a “pet”!
Só para prosseguir...
Caminhar descalço machuca os pés!
É melhor prevenir...
Para não remediar...
E você o que diz?
Ou melhor: O que usa nos pés?
A caminhada pode ser longa.
É melhor precatar.
A “pet” não é tão confortável...
Mas dá pra chegar lá!
Será?

Como diz o texto de apresentação do blog de uma amiga: À pé até encontrar um caminho, um lugar pro que eu sou...


Ildeilson Santos

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Silêncio



Quero que o silêncio seja capaz de quebrar a nostalgia da angustia que aperta o peito.
Que o silêncio seja capaz de me apresentar às montanhas das certezas mais pungentes da esperança...
Que o silêncio não seja apenas um momento na existência, mas as correntes da dor que nos aproxime da experiência humana...
Que o silêncio não signifique solidão nem isolamento...
Que o silêncio não se misture apenas com as lágrimas, mas com a alegria...
Que o silêncio não esconda somente as palavras, mas também a face tenebrosa do existir...
Que o silêncio fale mesmo em meio ao silêncio.
Que ele fale mesmo sem usar palavras.
O silêncio é companhia dos momentos de tensão.
O silêncio é como o grito de uma mãe que acaba de perder seu filho.
É como a dor da separação daqueles que nunca estiveram juntos...
É como a certeza daquele que tem dúvida...
É como a cor do desbotado...
Às vezes o silêncio é tão grande que o desespero tem pudor.
Até a morte se enclausura nas cavernas da solidão, só para não ouvir o “psiu” do silêncio.
Segurar nas mãos do silêncio é como navegar em uma canoa sem direção.
Os ouvidos se atinam para ouvir.
Na esperança de que ele o silêncio, fale.
E ele fala, descreve coisas da vida e do coração,
Se expressa sem polodoxias ou fidarguias. (Expressões que são usadas por minha vó).
Há poucos dias sentando a beira da cama, conversava com o silêncio.
Perguntei ao silêncio:
Por que meu peito dói deste jeito?
Por que este nó na garganta?
Por que aquela vontade de querer tudo e nada ao mesmo tempo?
Por que quero gritar e me silenciar de uma só vez?
Por que a vontade de chorar como uma criança indefesa?
Por que aquela vontade de me vingar sem precedentes?
E o silêncio me respondeu com o SILÊNCIO.
Façamos um minuto de silêncio em homenagem às vitimas das intensas chuvas que causaram centenas de mortes no Rio de Janeiro.
Ildeilson Santos

domingo, 9 de janeiro de 2011

Há tempo de...



Pisei...
Foi sem querer ...
Desculpe!!! 
Eu não vi.
Não sabia que era seu...
Porque não me disse antes?

E agora?
Não sei...
Já era...

Porque chorar pelo leite derramado?
Já aconteceu...
Não fique pensando nisso...
Já passou...
Levante-se e dê a volta por cima...

Parece ser fácil superar isso...
Mas não é!
Isso fica em minha cabeça!
É como um filme que se repete...

O tempo cura...
Sim... O tempo cura!

Estou à espera do doutor tempo.
Só que o tempo é o tempo.
O tempo não obedece a ninguém.

A pouco tempo eu queria que o tempo fosse bem lento.
Só assim eu ganharia tempo e não envelheceria tão rápido no tempo.
Hoje, estou inquieto pra que o tempo seja o mais rápido possível.
Só assim, estes dias passariam logo...
A passagem do tempo levaria para o passado a dor do agora.
E acredito que seria capaz de rir deste tempo chamado hoje.




Este tempo é de dor...
Mas também de alegria...
Este tempo é de incertezas...
Mas também de fé...
Este tempo é de abandono...
Mas também de aconchego...

“Não faça da sua vida um rascunho, você poderá não ter tempo de passar limpo”. Mário Quintana.



Neste mundo louco que vivemos para não perdemos tempo, perdemos a vida.

Mas ainda há tempo!

Ildeilson Santos

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Um pássaro falou comigo.

Era verão. Primeiro dia de 2011, acordei meio desnorteado, afinal de contas, havia dormido poucas horas, pois tinha assistido a virada do ano na paradisíaca Ilha do Morro de São Paulo. Pude ver os fogos de artifícios cruzando e dando cores diversas ao céu, fato que me tirou o sono por algumas horas, mas confesso que não foram somente os fogos e o encantamento da chegada de um novo ano que tirou meu sono, mas esta é outra história.

Ao levantar e abrir a janela deparei-me com um lindo céu azul, várias árvores centenárias, ar puro a respirar e o canto de um pássaro colorido (gostaria de saber seu nome), a canção entoada por ele entrou em meu coração como um ar angelical. Havia um mistério na atmosfera.
Aquele pássaro tinha um encantamento de maestro, com seu canto regia as folhas das árvores, os ventos obedeciam em um só ritmo a suavidade da música que chamou toda a natureza para bailar. Aquele pássaro era uma mistura de músico e poeta. Tudo e todos estavam em sintonia, fiquei embasbacado com a precisão e perfeição do que acontecia. Não demorou muito para que outros pássaros iguais e diferentes aproximassem para compor o lindo coral. O único ser que não conseguia se adequar àquele sublime momento era eu mesmo.
Fui tomado por um sentimento estranho, que não consigo identificá-lo, e acredito que não provarei nunca mais da emoção daquele momento.
Depois, percebi que sentia inveja daquele pássaro, da sua liberdade, espontaneidade e coragem. Os pássaros constroem suas casas com a liberdade de ser pássaro, não precisam de arquitetos, pedreiros, carpinteiros, eletricistas, encanadores ou pintores... Eles usam a arte, as cores, a música, os poemas, os vôos rasantes, os recursos naturais, eles pintam e bordam, bordam e pintam e constroem a vida na simplicidade de ser pássaro. E o que mais me impressiona é que tudo isso só se constrói através de uma bela canção. Penso que todos nós seres humanos deveríamos ter uma canção como a dos pássaros. Só assim construiríamos nossas casas com a liberdade do amor, com o toque da graça, com a marca da solidariedade, com a virtude da misericórdia e a força da alteridade...
Aprendi ainda quando menino, através dos salmistas, que os pássaros cantam para louvar a Deus, mas naquele momento, ele estava em um fino galho de uma imensa mangueira, e acreditem! Cantava para mim. Não era um louvor de adoração, mas uma canção que confortava minha alma. Senti que ele queria me falar algo muito esplêndido e, a cada instante, o seu canto aumentava, suas penas se arrepiavam, ele cantava ainda mais alto, parecia que ia estourar, era um canto de esperança, boas vindas ao novo ano. Por instantes ele parou como se quisesse me perguntar: Você entendeu o que cantei para você? Tu precisas aprender a desaprender.
Entendi que o pássaro encantado quis me falar dos casos mais importantes da vida, fatos que nós homens resolvemos abrir mão, por conta da ganância e da crueldade de ser homem. Nós homens só falamos em riqueza, sucesso, trabalho, poder, armas, drogas, doença, morte e ainda anunciamos um pseudo-evangelho. O pássaro quis apenas me falar de música, poema, amor e saudade...
Ele ainda me disse: viva e sinta saudade, pois quem sente saudade tem alma e quem tem alma é capaz de amar.
Naquele momento, no verão, primeiro dia de 2011, sentir-me como uma criança e dei asas a minha imaginação...
O pássaro convidou-me para voar, aceitei o convite. Sabe o que aconteceu?
Dê asas a sua imaginação, e venha voar conosco...
Ildeilson Santos
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